Recentemente, tive a oportunidade de conhecer a Oxford Comma, também chamada de Serial Comma. Fiquei intrigado com seu uso, algo que de fato nunca tinha prestado atenção em leituras em inglês e muito menos quando estou escrevendo.
Neste artigo, vou explicar o que é a Oxford Comma, por que se chama assim e como identificá-la em um artigo/texto em inglês.
O que é?
Serial Comma, também conhecida como Oxford Comma (Vírgula de Oxford em português literal), é uma vírgula opcional que é usada antes do “and“, “or” ou “nor” no final de uma lista em inglês.
Achou complicado de entender?! Veja o exemplo abaixo:
Inglês: We sell books, videos, and magazines.
Português: Vendemos livros, vídeos e revistas.
Notou que depois de vídeos, apareceu uma vírgula?! Notou também que essa vírgula veio antes da junção “and“? É exatamente essa vírgula que é chamada de Oxford Comma ou Serial Comma. Ela é usada apenas se o escritor desejar.
Veja outros exemplos para fixar seu uso:
Mad, bad, and dangerous to know.
A thief, a liar, and a murderer.
A government of, by, and for the people.
Por que usar a Serial/Oxford Comma?
Consistência
De acordo com o Blog do Oxford Dictionary, a importância de usar essa regra está primeiramente na consistência de seu uso no texto, ou seja, se você começar a utilizar essa regra em alguma parte de seu artigo, terá que utilizar em todo o artigo, caso contrário o leitor poderá entender o que quis dizer em uma frase mas não em outra.
Sem falar que utilizando a vírgula, trará mais clareza para sua lista e consequentemente seu texto. O exemplo utilizado na imagem principal desse artigo é um caso em que o não uso da vírgula pode trazer uma mensagem errada.
Resolver Ambiguidade
O principal objetivo é também o de resolver a ambiguidade (palavras com sentidos ou significados parecidos), especialmente quando qualquer um dos itens em uma lista são termos compostos unidos por uma conjunção.
Como os termos compostos, geralmente fazem uso do “and”, utilizando a Serial Comma, vai excluir qualquer confusão que os termos compostos possam causar ao leitor.
Isolar itens em uma lista
Outro motivo é quando o escritor utiliza uma vírgula em uma série isolando um item, para esclarecer que aquele item está separado do restante, nesses casos, ele também faz uso da Serial Comma.
Veja o exemplo abaixo retirado do Blog da Oxford Dictionary:
Inglês: Cider, real ales, meat and vegetable pies, and sandwiches.
Português: Cidra, cerveja, carne e tortas de vegetais, e sanduíches.
No exemplo acima, a ausência de uma vírgula após tortas implicaria algo não intencional sobre os sanduíches.
Por que Oxford Comma e não Serial Comma?
O interessante também é que o nome correto dessa vírgula é: Serial Comma, porém, muitos conhecem como Oxford Comma, devido ao seu tradicional uso por publicações, escritores e editores da Oxford University Press. Mas não são todos os escritores e publicações que usam essa regra, nem esse nome. Existe meio que uma briga sobre a necessidade de seu uso.
O importante é que essa regra ajuda a deixar mais claro o que se deseja expressar em uma determinada sentença.
Pesquisando também a respeito na internet sobre o assunto, encontrei este ótimo vídeo (em inglês) feito pelo pessoal da TED-Ed, que explica a respeito da Serial comma de forma simples e fácil.
Agora que conheço mais sobre a Oxford Comma, vou começar a incorporá-la em minhas anotações e textos em inglês, sem falar que não ficarei com a sensação que o autor errou ao vê-la em algum texto em inglês.
Bons estudos! =)
Thaís
Bem legal, Renato! Não conhecia isso, até porque em português isso não pode ser feito! Abraços!
Renato Alves
Exatamente! É uma curiosidade um tanto besta,=P mas que é bem legal quando ficamos sabendo! =)
Caio Ranieri
(Antes te tudo, desculpe pela resposta longa demais.)
Não vejo por que não. Quer dizer, se eu escrevo “A, B, e C” ao invés de “A, B e C”, ambos os casos serão perfeitamente compreendidos pelo leitor.
É claro que, nesse caso, a vírgula não faz grande diferença. No entanto, há um bom exemplo no artigo da Wikipédia sobre a serial comma:
“A meus pais, Ayn Rand e Deus”
Nesse caso a ausência da vírgula causa uma ambiguidade. O leitor pode interpretar que o autor está dizendo que Ayn Rand e Deus são seus pais. Aí eu diria que o uso da vírgula é indispensável: “A meus pais, Ayn Rand, e Deus”. Viu como fica melhor?
Mesmo no caso de “A, B e C” eu defendo o uso dessa vírgula, pois sem que ela seja usada de forma consistente, fica impossível para o leitor diferenciar se “B e C” são dois itens diferentes ou um item só na lista. Além do mais, se a lista fosse “A, B e C, e D”, onde “B e C” de fato fazem parte do mesmo item, ninguém se atreveria a dizer que “não pode” colocar aquela última vírgula ali.
Eu não vejo problema em utilizar a vírgula serial somente para desfazer ambiguidades (casos em que, ainda que raramente, ela aparece sim no português), mas acredito que é uma boa ideia utilizá-la de forma consistente.
Um bom exemplo é o caso do travessão. Eu já vi textos narrativos em que acontecem coisas mais ou menos assim:
— Eu te amo, disse João, olhando nos olhos de Maria.
Talvez você já tenha visto isso, talvez não. O caso é que há quem escreve desse jeito. E quem escreve assim só utilizaria o travessão para separar diálogo de narrativa em casos onde omiti-lo confundiriam o leitor. Por exemplo:
— Então ela olhou para cima — olhou para o céu, observando as estrelas.
No caso em questão, o que é diálogo e o que é narrativa está bem claro. Mas se o segundo travessão tivesse sido omitido nesse caso, em um texto que às vezes utiliza o padrão do exemplo anterior, você certamente ficaria na dúvida se o trecho todo é a fala da personagem ou parte dele é narrativa, descrevendo ações da personagem enquanto fala.
E aí entramos no mesmo problema da falta da vírgula. Se eu utilizar a convenção do primeiro exemplo, e por algum motivo eu quiser que meu personagem realmente fale algo como “eu te amo, disse João”, fica impossível diferenciar isso do caso em que “disse João” é parte da narrativa.
É por isso que a grande maioria dos textos em português sempre utiliza o travessão para separa diálogo de narrativa, apesar de ainda haver algumas pessoas que o omitem de vez em quando. Sempre utilizar o travessão é obviamente a melhor escolha, e por isso eu acho que é melhor sempre utilizar a vírgula serial.
Renato Alves
Obrigado pelo comentário e pela explicação detalhada Caio.
Basicamente eu concordo com você, o uso da Serial Comma de fato facilita o entendimento e não deixa brecha de dúvida. Porém, como em inglês se usa muito pouco a vírgula, alguém pode defender o não uso da mesma. =)
Caio Ranieri
Sim, claro. Ela não é nem obrigatória nem “proibida”, então a decisão é do escritor.
De qualquer forma, minha resposta foi mais para explicar porque eu acho que faz perfeito sentido usá-la em português. Dizer que “não pode”, e ficar por isso mesmo, não basta. Muita coisa que a gramática permite atualmente já foi “proibida” no passado.
Fátima
Gostaria de comentar algo em particular, mas não queria que fosse publicado.
Obrigada
Renato Alves
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Dan
Renato, antes de aprender inglês a ponto de dar aulas, por favor, aperfeiçoe seu português. Não dá pra dar explicações escrevendo “o Serial Comma” com masculino e maiúsculas. Não dá pra levar a sério “ver-la”. E, especialmente, no alto da página, deveria ter um aviso de que essa regra vale somente para o inglês, e a vírgula para fechar enumerações em português é simplesmente errada.
Renato Alves
Olá Dan, fiz as correções de português que mencionou, obrigado por chamar a atenção para elas, passou despercebido quando escrevi o artigo. =)
Não coloquei que a Serial Comma vale apenas para o inglês, pois como esse é um Blog de Inglês, achei que não teria como ser mais óbvio. =P
Você menciona também que a regra está errada, acho que está comparando a do português, mas na verdade eu só mencionei como ela é em inglês.
Por último, vou ter que discordar apenas de suas palavras duras sobre meus erros, acredito que até os melhores dos melhores eram, por que eu, que sou apenas um estudante de inglês e estou compartilhando o que aprendo não posso errar?! Quando li suas palavras, me lembrei quando tinha 18 anos, onde saia criticando as pessoas por erros que no futuro, eu mesmo cometi.
De qualquer forma, agradeço seu feedback e boa sorte em seus estudos! =)